A ansiedade perante a ida ao dentista é um sentimento bastante comum, independentemente da idade. A American Dental Association estima que cerca de 22% da população americana adulta evita as idas ao dentista devido a sentimentos de ansiedade e medo. Para todos estes casos, a sedação consciente pode ser a solução, ajudando o paciente a ultrapassar esse estado de ansiedade que o impede de tratar da sua saúde oral.
A sedação consciente na medicina dentária é um conceito que está ainda numa fase embrionária em Portugal e desconhecida da população geral, daí surgirem também alguns receios ou mitos, mas a verdade é que já é uma técnica vastamente aplicada em todo o Mundo. Grande parte da população adulta, ao longo da sua vida, já realizou algum tipo de exame ou tratamento com o mesmo tipo de sedação, nomeadamente colonoscopia ou endoscopia, pelo que a novidade prende-se apenas com a associação deste tipo de tratamento ao tratamento dentário.
Nas crianças com idades superiores a 6 anos o procedimento é exatamente o igual ao dos adultos, necessitando apenas do natural ajuste das doses de fármacos para a idade, tamanho e peso da criança.
Sedação oral
Este tipo de sedação é realizada através da administração de um comprimido ou xarope que é administrado por via oral. Neste tipo de sedação, a criança ou adulto, irá sentir-se mais tranquila e sonolenta, antes do procedimento. Este tipo de sedação é uma sedação bastante ligeira que ajuda o paciente a sentir-se mais relaxado e tranquilo mas em que o paciente não chega a adormecer.
Óxido Nitroso
O Óxido Nitroso é conhecido como sendo o gás hilariante. Este gás é um farmaco sedativo por via inalatória e que é administrado através de uma máscara facial ou nasal. É administrada uma mistura de Óxido Nitroso e Oxigénio que pode variar entre 30% e 70% e que irá tranquilizar o paciente, mantendo-o bem oxigenado durante alguns minutos. Esta opção terapêutica pode ser bastante eficaz para procedimentos de curta duração (15 – 20 minutos), não sendo aconselhados para tratamentos de maior duração devido aos seus efeitos secundários como sendo a retenção de Dióxido de Carbono (CO2) ou crises de histeria. Isto significa que frequentemente os tratamentos têm de ser cancelados devido ao comportamento imprevisível que os pacientes apresentam, como o efeito hilariante que o gás apresenta.
Sedação Endovenosa
A sedação endovenosa é o terceiro e último tipo de sedação possível e pode também ser aplicada em crianças a partir dos 6 anos de idade (ou menos, consoante avaliação prévia). O maior constrangimento com a sedação endovenosa é que, como o próprio nome indica, este tipo de sedação implica a inserção de um cateter venoso periférico (CVP) numa veia. Este é um procedimento bastante bem tolerado pois, apesar de implicar a punção de uma veia, na realidade, este é o único momento em que o paciente irá sentir alguma coisa. Após a inserção do CVP, é de imediato iniciada a perfusão do fármaco sedativo (propofol, midazolam, cetamina, ou outros) e o paciente adormece de imediato, acordando apenas no final do tratamento. É bastante vulgar neste tipo de sedação a amnésia pós procedimento, pelo que a criança muito provávelmente não se irá lembrar sequer do momento em que foi colocado o CVP.
A melhor maneira de garantir que a criança tem a melhor experiência possível com a sedação, é prepara-la para a ida ao dentista. Há alguns procedimentos simples que devem ser realizados antes da consulta, para preparar a criança para uma sedação:
Sensação de tonturas, diminuição da coordenação motora, náuseas ou até acessos de riso descontrolados, são efeitos normais da sedação. A criança necessita de algum tempo para recuperar da sedação e eliminar todos os fármacos do seu organismo. Não esquecer de: